O Fera XK 4.1 HE é um exemplo de réplica nacional, que teve nos sósias do MG, o MP Lafer e o Avalone, dois outros famosos representantes.Acima e abaixo podemos ver a esquerda o Fera, a réplica do Jaguar XK 120, a direita.
O original, o Jaguar XK 120,foi um esportivo que, quando apresentado no Salão de Londres, em 1948, seu desenho aerodinâmico provocou suspiros de paixão. Mas também pela concepção mecânica. Seu motor de seis cilindros com duplo comando no cabeçote e dois carburadores desenvolvia 160 cavalos. Com peso de 1295 quilos, chegava aos 193 km/h. Sua produção teve início em 1949 e durou até 1954.
Foi esse carro que fascinou Henrique Erwenne quando tinha apenas 10 anos de idade. Hoje presidente do Fusca Clube do Brasil e do Karmann-Ghia Club de São Paulo, Henrique (são suas iniciais o HE do Fera) conta que em 1977 largou suas atividades como vendedor e dedicou-se a projetar seu sonho: um carro com as formas do XK mas com mecânica prática para o dia-a-dia.
A origem do Fera foi a adaptação de uma carroceria de fibra - cujo molde saiu de um XK 120 original desmontado - sobre as longarinas recortadas de um Opala quatro portas 1971.O motor escolhido foi o 250S, o seis cilindros da GM. O grande desafio desse casamento foi compatibilizar suspensão e diferencial da GM, 11 centímetros mais largos que os originais do Jaguar, com a carroceria. A solução foi fazer um corte longitudinal na carcaça de fibra e engordar a grade e o pára-brisa, uma solução com resultado de rara felicidade em adaptações desse tipo.
Do protótipo ao lançamento, em novembro de 1981, passaram-se quatro anos. O resultado do trabalho chegou a impressionar um representante da British Leyland, na época controladora da Jaguar, entre outras marcas britânicas. Bernardo Koenig cruzou o Atlântico com a missão de pôr fim àquele projeto que arremedava um mito da marca. Segundo Erwenne, ao ser apresentado ao Fera, o executivo não só mudou de humor como presenteou o autor com uma gravata com o logotipo da marca.
Na primeira "tiragem", de 1981 a 1983, foram fabricados pela Bola Artefatos Metálicos S.A. apenas 12 exemplares. Depois de um período de hibernação, o Fera renasce agora sob encomenda e por obra da Americar (edição de agosto de 2003), fábrica que reproduz também o Cobra.
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