Era o primeiro automóvel criado e desenvolvido no Brasil. Depois de fabricar vários utilitários, como Xavante, X-12, Tocantins e Carajás, entre outros que utilizavam mecânica VW, Gurgel colocava nas ruas um carro com conjunto mecânico próprio.
A ideia começou bem antes do dia 7 de setembro de 1987, "dia da independência tecnológica brasileira", de acordo com o próprio Gurgel. Naquele feriado o projeto Cena, "Carro Econômico Nacional", ou Gurgel 280, foi apresentado ao público. No ano seguinte, recebera um novo nome, BR 800, chegava às mãos dos primeiros proprietários. Quem quisesse se habilitar a um deles, teria de comprar ações da companhia, como fizeram 8000 novos acionistas. O governo criou um incentivo fiscal: o IPI era mais baixo (5% contra os 25% ou mais para os outros carros) para o carrinho popular.
Seus momentos de glória terminaram quando, em 1990, o incentivo ao carro popular se estendeu a todos os carros com motores de até 1 litro. A Fiat lançou seu Uno Mille, que custava praticamente o mesmo que um Gurgel, e foi seguida pelas outras montadoras. Os novos concorrentes do BR 800 tinham melhor desempenho, acabamento e mais espaço. Nem é preciso dizer como a vida do pequeno Gurgel ficou difícil. Em janeiro de 1991 deixou de ser fabricado. Para enfrentar a competição, a Gurgel lançou o Supermini, em 1992.
O Supermini era mesmo um passo à frente em relação ao BR: o porta-malas ganhou tampa e os vidros, antes corrediços, passaram a ter movimento vertical. O painel, completo, tinha toca-fitas que levava a marca Gurgel.
Seu consumo médio é de 13,65 km/l, na cidade de 12,73 km/l, na estrada com carga total era 14,41 km/l e vazio 14,86 km/l.Em velocidade constante, surpreende muito, a 80km/h consome 18,78 km/l , e a 100km/h consome 16,42 km/l.E a velocidade máxima fica nos 111,5 km/h, pela falta de um diferencial mais longo e de uma quinta marcha.
A impressão de fragilidade que se tem ao andar no BR 800 não parece confirmada pela realidade: basta ver os Gurgel que continuam rodando mesmo com a precária assistência técnica remanescente. Algo muito distante dos planos originais do engenheiro Gurgel, que pretendia que postos da rede Petrobras revendessem peças de reposição para seus carros, fora dos grandes centros.
Endividada e concordatária desde 1993, a Gurgel foi à falência no ano seguinte, antes mesmo de inaugurar a nova fábrica no Ceará, para a qual já havia adquirido da Citroën equipamentos de produção. Mas parte significativa de seu legado continua na ativa. A fábrica produziu mais de 25000 veículos no total.
O Supermini gerava 36cv/5500rpm, 6,6 m.kgf/2500rpm, seu motor tinha 792cm³, quatro marchas e tração traseira.
Um comentário:
Grande Supermini!!! Lindo e brasileiro. Até hoje rodando com muito estilo, o verdadeiro carro popular do Brasil.
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